domingo, 25 de novembro de 2012

ELE É O NOSSO REI!


Eis que chagamos ao fim de mais um Ano Litúrgico. A Solenidade de Jesus Cristo Rei do Universo tem lugar no ultimo domingo do Tempo Comum e é o coroamento de tudo o que se celebrou durante o Ano.

No dia de hoje, festejamos um reinado diferente um Rei que não nos domina, mas nos seduz e transforma. Um Rei que se revelou a nós durante os tempos Litúrgicos em nossas celebrações. As leituras apresentadas nesta celebração nos ajudam a compreender a profunda natureza da realeza de Jesus Cristo.

Jesus de Nazaré se apresentou como rei, mas seu reino não é deste mundo. Começa a edificar-se aqui, mas não faz nenhuma concorrência aos reinos da terra. Durante toda sua vida pública, Jesus teve extremo cuidado para que não se desse uma interpretação política à sua missão. Várias vezes querem fazê-lo rei, mas ele sempre se esquiva.

Esta Festa Litúrgica reveste-se de um tom de Ação de Graças por tudo o que vivemos e marca a transição para um novo ritmo de nossas celebrações, no próximo domingo estaremos no Tempo do Advento.


Lucas Neto

terça-feira, 13 de novembro de 2012

HORA PALAVRAS A MENOS, HORA PALAVRAS A MAIS!

Assembleia é a reunião atual (visível, sacramental) dos que crêem,
qualquer que seja sua comunidade de relações ou de pertença, para celebrar
o mistério de Cristo.

Tenho observado o nosso povo, não sei o que tem acontecido, mas de uns tempos para cá tem acontecido umas coisas engraçadas nas liturgias em que tenho participado. Mesmo a missa sendo um diálogo, tendo partes para todos, partes para assembleia e parte para o presidente. Uns têm invadido o ministério dos outros.

Momentos de orações presidenciais, em que o sacerdote dirige a ação de graças de todo o povo cumprindo seu múnus de fazer em nome de Cristo (Sumo Sacerdote), a assembleia reza junto e nem sequer é possível ouvir a voz do sacerdote. Como se não bastasse quando chega o momento de dizer amém (que é o sim, o assentimento de toda a assembleia) as pessoas ficam caladas.

Esses abusos surgiram de uma iniciativa equivocada de alguns padres e leigos de tornar a missa ainda mais dinâmica do que ela é, no entanto, a liturgia não comporta invencionices.

Outro fato interessante é que, estamos colocando palavra onde não tem e tirando onde tem, por hora isso muda o sentido dos textos e por outras vezes deixa o texto fora das normas de gramática. Dois exemplos:

Quando o sacerdote nos convida a oração no inicio da liturgia eucarística com estas ou outras palavras “Orai irmãos e irmãs...” Respondemos: Receba O Senhor por tuas mãos este sacrifico para a gloria do seu nome, para o nosso bem e de toda a santa Igreja.

As pessoas tem suprimido o artigo O. Mudando completamente o sentido do texto. Que é uma resposta ao convite do sacerdote, a este dirigida.

No ultimo exemplo estamos tirando agora vamos ver onde estamos colocando palavras:

Após a fração do pão o sacerdote erguendo a hóstia que se transformou no Corpo de Cristo e o Sacerdote diz “Felizes os convidados... Eis o Cordeiro de Deus...” Respondemos: Senhor eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo”.

As pessoas estão dizendo “Senhor eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo”. Ora, se é uma palavra é obvio que é só ela, isso em gramática, acho que se chama pleonasmo.

Além destes existem outros casos, sobretudo, de todos falando ao mesmo tempo, como na Doxologia (Por Cristo, com Cristo), na parte do Rito da Comunhão que alguns tem chamado de Oração da Paz, e até na Saudação Trinitário do inicio e do final da missa. Nestes e em outros momentos cabe à assembleia apenas o amém, para que fique ainda mais visível existência dos ministérios na Igreja, a presidência e a assembleia são importantes e cada uma tem o seu papel.

Então precisamos prestar mais atenção, para saber quais são as partes de todos, de sacerdote e da assembleia para que nossas liturgias não percam o sentido de Assembleia do Povo de Deus, presidida pelo sacerdote que faz às vezes de Cristo.

A luz dessa realidade, a "missa dominical" não será mais, para muitos cristãos, uma "obrigação", uma tarefa incômoda, mas será verdadeiramente "um acontecimento de salvação", no qual, livre e conscientemente, entram eles com sua vida, para que seja renovada por Cristo.
Lucas Neto

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Todos os Santos e Santas de Deus


“Vi uma multidão imensa de gente de todas as nações, tribos, povos e línguas, e que ninguém podia contar. Estavam de pé diante do trono e do Cordeiro; trajavam vestes brancas e traziam palmas na mão”. (Ap. 7, 9).


No princípio, a Bíblia reservou a YHWH o título de “Santo”, palavra que tinha então um significado muito próximo ao de “sagrado”: Deus é o “Outro”, tão transcendente e tão longínquo que o homem não pode pensar em participar da sua vida. Diante de sua santidade (cf Gn 28, 10-19; 1Sm 6, 13-21; 2Sm 6, 1-10) o homem não pode deixar de ter respeito e temor (cf Ex 3,1-6; Gn 15,12).

Em uma religião de salvação como a de Israel, Deus devia comunicar a sua santidade ao povo (cf Is 12,6; 29,19-23; 30,11-15; 31, 1-3) o qual se torna também “outro”, manifestando em sua vida cotidiana, e sobretudo em seu culto, um comprometimento diferente do de outros povos (Lv 19,1-37; 21, 1-23; Ap 4, 1-11). Mas para efetuar essa santidade a que Deus o chamava, o povo eleito tinha apenas meio legais e práticas de purificação exterior. Os homens mais esforçados tomaram logo consciência da insuficiência de tais meios e procuraram a “pureza de coração”, capaz de fazê-los participantes da vida de Deus.

A aspiração de santidade se realiza plenamente em Cristo, tornado “Senhor”, ele transmite a sua santidade à Igreja por meio dos sacramentos, que trazem ao homem a vida de Deus. Esta doutrina era tão viva nos primeiros séculos que os membros da Igreja não hesitavam em se chamar “os santos” (2Cor 11,12), e a própria Igreja era chamada “comunhão dos santos”.

Assim precisamos entender o que significa “Comunhão dos Santos”, pertencem à ela,todas a pessoas que colocaram a sua esperança em Cristo e lhe pertencem pelo Batismo, tenham elas já morrido ou vivam ainda. Porque somos um “corpo” em Cristo, vivemos uma comunhão que abraça o Céu e a Terra.

Significa então que a assembleia dos Santos é a assembleia dos batizados, daqueles que pela graça do batismo integram o corpo místico de Cristo que é a Igreja, assim a Festa de Todos os Santos e Santas de Deus é a comemoração da santidade da assembleia cristã. Todos os membros do corpo de Cristo são parte desta comunidade de Santos e Santas.

A santidade cristã manifesta-se, pois, como uma participação na vida de Deus, que se realiza com os meios que a Igreja nos oferece, particularmente com os citados sacramentos.

A santidade não é fruto do esforço humano, que procura alcançar a Deus com suas forças, e até mesmo com heroísmo; ela é dom do amor de Deus e resposta do homem à iniciativa divina.

Lucas Neto

Fonte: Missal Romano e Catecismo da Igreja Católica.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

A Coroa de Flores






Hoje me indagaram porque quando alguém morre as pessoas enviam flores e geralmente em formato de uma coroa. Então, queriam saber se existe algum sentido nisso. Eu não respondi com detalhes até porque a ocasião não permitia. Mas, agora vale escrever um pouco.

As flores são sinais de nossa admiração para com os falecidos, mas dispor a mesmas em forma de coroa quer sim expressar algo especial.

Primeiramente é preciso elucidar qual o sentido da morte para o Cristão e é evidente que se vivemos esperando a Vida Eterna a morte trata-se da porta de entrada para essa nova vida. Então embora a tristeza da separação seja algo inevitável para os vivos, o momento da morte deve ser permeado da certeza da ressurreição.

É importante celebrar liturgicamente a morte, seja pela vigília junto ao cadáver (velório), seja pelas exéquias e pelo sepultamento cristão e até mesmo as famosas missas de sétimo dia, esta ultima também pode ser tema de outra postagem porque rende assunto viu!

Mas, voltemos às coroas. E vejamos que se a morte é uma vitória, carece de um premio. Então a coroa é símbolo de coroamento de uma vida, é símbolo de uma vitória. Símbolo da Vitória de Cristo sobre a morte.

Por isso, agora ao homenagear algum falecido com a coroa de flores saiba que ela significa o prêmio que através da morte se alcança a VIDA ETERNA.

“Eu já estou sendo derramado como uma oferta de bebida. Está próximo o tempo da minha partida. Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé. Agora me está reservada a coroa da justiça, que o Senhor, justo Juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amam a sua vinda.
2 Timóteo 4:6-8

Lucas Neto

Liturgia x Finados

Sua Santidade Papa BENTO XV






A comemoração dos fiéis falecidos, a 2 de  novembro, teve origem no mosteiro beneditino de Cluny. O Papa Bento XV, no tempo da primeira guerra mundial, concedeu a todos os sacerdotes a faculdade de celebrar “três missas” neste dia.



“Nos ritos fúnebres para seus filhos, celebra a Igreja com fé o Mistério pascal, na firme esperança de que os que se tornaram, pelo batismo, membros de Cristo morto e ressuscitado, passem com ele através da morte à vida. É necessário, porém, que sua alma seja purificada, antes de ser recebida no céu com os santos e os eleitos, enquanto o corpo espera a bem-aventurada esperança da vinda de Cristo e a ressurreição dos mortos”.


Em nossa vida nunca temos o suficiente; vivemos voltados para um contínuo “amanhã”, do qual esperamos sempre “mais”: mais amor, mais felicidade, mais bem-estar. Vivemos impelidos pela esperança. Mas no fundo dessa nossa dinâmica de vida e esperança se oculta, sempre à espreita, o pensamento da morte; um pensamento ao qual não nos habituamos e que quereríamos expulsar. No entanto, a morte é a companheira de toda nossa existência; despedidas e doenças, dores e desilusões são dela sinais a nos advertir.









Assim, vejamos algumas orientações litúrgicas para o dia de Finados:

·         Embora comumente chamado de Dia de Finados, o missal romano trata como Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos.

·          Neste dia, não se ornamenta o altar com flores; e o toque do órgão e de outros instrumentos só é permitido para sustentar o canto.

·           Não se diz o Glória nem o Creio, mesmo que seja Domingo.

·         A cor litúrgica é o Roxo, podendo ser utilizado também o preto.

·         Existem três formulários para as orações e leituras da missa, podendo ser escolhidos livremente.

·         É louvável que onde seja possível se realize uma procissão até o cemitério e lá se realize a aspersão dos sepulcros de acordo com o Ritual Romano, desde que, as circunstancias pastorais não exigem outra postura.

·         Aos que visitarem o cemitério e rezarem, mesmo só mentalmente, pelos defuntos, concede-se uma Indulgência Plenária, só aplicável aos defuntos: diariamente, do dia 1º ao dia 8 de novembro, nas condições costumeiras, isto é: confissão sacramental, comunhão eucarística e oração nas intenções do Sumo Pontífice; nos restantes dias do ano, a Indulgência para os que visitam o cemitério é parcial (Enchir. Indulgentiarum, n13).

·         Em todas as Igrejas, oratórios públicos ou semi-públicos, igualmente lucra-se uma Indulgência Plenária, só aplicável aos defuntos: a obra que se prescreve é a piedosa visitação à igreja, durante a qual se deve rezar a Oração Dominical e o Símbolo (Pai nosso e Creio), confissão sacramental, comunhão eucarística e oração na intenção do Sumo Pontífice (que pode ser um Pai nosso e Ave Maria, ou qualquer outra oração conforme inspirar a piedade e a devoção).

·         Caso esta comemoração caia em um domingo, celebra-se a comemoração.

Fonte: Missal Romano e Diretório da Liturgia e da organização da Igreja no Brasil 2012.
Lucas Neto