quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Jejum e abstinência quaresmal


Precisamos conhecer bem a nossa Igreja. Estamos na quaresma e neste período a Igreja nos convida a penitência. E estão prescritos o Jejum e a abstinência.

Jejum significa, comer com frugalidade, abrir mão de uma refeição completa diária. Podem então fazer uma refeição completa e as duas intermediárias. Ou seja, abri-se mão do almoço ou do jantar. Já a Abstinência é não comer carne de animais de sangue quente (carneiro, boi, frango...). Jejum se faz na quarta de cinzas e na sexta feira Santa, enquanto a abstinência em todas as sextas feiras da quaresma.

Muitos padres de maneira equivocada têm dito que, se pode fazer abstinência de outras coisas (da própria língua, de refrigerante, televisão, doces...), pois bem, não é verdade, abstinência para a quaresma é da maneira descrita acima. No entanto, afastar-se destas ou de ainda outras praticas pode ser um bom exercício penitencial. Mas, não substitui aquilo que a Igreja prescreve.

Outra questão é que nem todos são obrigados a tais praticas. São dispensados da abstinência os menores de 14 anos, os idosos, as mulheres grávidas e os pobres que recebem essas carnes como esmola. São dispensados do Jejum os menores de 18 anos, os idosos, os doentes e as mulheres grávidas.

Outro fato importante, é que não se faz jejum nem abstinência nas solenidades, portanto nesta próxima sexta feira, Solenidade da Cátedra de Pedro, estamos dispensados da abstinência (como bem lembrou o padre Renato Paganini em sua pagina no facebook).

Lucas Neto

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Chegamos a Quaresma


Chegamos então a mais um período quaresmal. Antes de iniciar a serie que eu havia prometido sobre os sacramentos, acho importante desenvolvermos algumas orientações básicas sobre este tempo que começamos a vivenciar. Recorri a alguma orientações escritas pelo padre Renato Paganini, um sacerdote da Arquidiocese de Vitória que se destaca pelo zelo com que vive e ajuda o povo a viver a sagrada litúrgica, atualmente o mesmo acumula as funções de assessor da Pastoral Litúrgica Arquidiocesana e de chefe do Cerimonial do Arcebispado de Vitória/ES. Com alguns acréscimos meus, seguem as orientações:

- Estamos vivenciando o Ano C, o evangelista que meditamos é Lucas, o foco deste período quaresma será o penitencial. No primeiro domingo “Jesus no deserto, guiado pelo Espírito” (Fidelidade à Palavra). No segundo domingo “O rosto de Jesus muda de aparência” (Deus próximo de nós). No terceiro domingo “Se não vos converterdes, ireis morrer” (Deus não nos salva sem nós). No quarto domingo “Parábola do Pai misericordioso” (A espera pelo filho arrependido). No quinto domingo “Vai e não peques mais” (Quem não tem pecado, atire a primeira pedra).

- Por causa do caráter batismal desse tempo, podem ser feitos, de acordo com a inspiração das leituras, o rito de persignação, sem a renovação das promessas batismais (próprio para o Tempo Pascal) ou a aspersão no lugar do Ato Penitencial (Momento de Perdão).

- O Ato Penitencial pode ser desenvolvido com mais intensidade, sem, contudo, enfatizar o pecado, mas o Pai que acolhe e perdoa através de seu Filho (não é adequado ficar listando pecados).

- Neste período não cantamos o hino do Gloria, exceto em algumas solenidades.

- Alguns sinais podem receber destaque, como por exemplo, a cruz que poderá ser sempre levada em procissão, receber algum tipo de ornamentação destacando-a e, ainda, mencionada, olhada, tocada, incensada no começo da celebração.

- O gesto de ajoelhar-se também encontrado espaço adequado nesse tempo, principalmente durante o Ato Penitencial.

- Todo cuidado para a proclamação das leituras. Um das características desse tempo é a escuta mais atenta da Palavra.

- Não se deve usar nunca “Aleluia” nesse tempo para diferenciá-lo do Tempo Pascal, onde se canta o “Aleluia” como sinal de festividade.

- Não seria interessante reservar o acendimento solene da vela para o tempo Pascal, de modo a valorizar o Círio Pascal? Assim, ele não será visto como uma vela comum, mas um sinal com significado superior a uma simples vela.

- Moderação no uso dos instrumentos musicais, dando sobriedade a execução dos hinos, de modo que na Páscoa possa se sentir mais forte a vibração dos cantos.

- Nas celebrações da palavra o abraço da paz pode ser dado, algumas vezes, depois do Ato Penitencial, aspersão ou persignação como abraço de reconciliação.

-Neste período a Igreja no Brasil vivencia a Campanha da Fraternidade, um auxilio em nosso itinerário de conversão, que de forma alguma deve-se impor a liturgia e tornar-se maior que o ritmo do tempo Quaresma.

- O hino da campanha da fraternidade pode ser usado em um momento adequado da celebração. Não precisa ser executado sempre, mas oportunamente.

- Em alguns momentos é importante valorizar o cartaz da CF ou algum sinal que lembre o tema. Não realizar momentos como apêndice, mas no contexto da celebração, para que não pareça algo a parte do que se está celebrando.

- Nesse período não é permitido ornamentar com flores, exceto no IV Domingo, quando também se usa paramentos de cor rosa.
- Incentivar a busca pelo sacramento da reconciliação, peregrinações, o jejum, a abstinência e práticas de caridade.

- Preparar, de acordo com a agenda paroquial, as celebrações penitenciais.

Lucas Francisco Neto
Comissão Arquidiocesana de Liturgia
Arquidiocese de Vitória do Espírito Santo

Tendo como base, material disponibilizado por: Padre Renato de Jesus Paganini (Assessor da Pastoral Litúrgica da Arquidiocese de Vitória do Espírito Santo e Chefe do Cerimonial do Arcebispado)