quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Faça o Vermelho - Leia o Preto

Revirando as redes sociais encontrei na página do Salvem a Liturgia no facebook um texto que parece eco de minha ultima postagem, é essa consciência que desejamos que os Padres tenham, de que o Mistério que celebram não lhes pertence pessoalmente.

"Coerentemente com o que prometeram no rito da sagrada Ordenação e cada ano renovam dentro da Missa Crismal, os presbíteros presidam, «com piedade e fidelidade, a celebração dos mistérios de Cristo, especialmente o Sacrifício da Eucaristia e o sacramento da reconciliação». Não esvaziem o próprio ministério de seu significado profundo, deformando de maneira arbitrária a celebração litúrgica, seja com mudanças, com mutilações ou com acréscimos. (Instrução Redemptionis Sacramentum, 31)
Não é o Salvem a Liturgia quem diz isso. É a autoridade DA IGREJA. Por mais que um sacerdote ou um Bispo diga o contrário, a Igreja é clara: não se pode deformar a liturgia, "seja com mudanças, com mutilações ou com acréscimos", e isso é um esvaziamento do "próprio ministério" do padre. Um padre que, por exemplo, omite textos previstos na Missa, modifica outros, insere alguns demais, inventa ritos, deixa de observar as normas, deixa de usar a casula, permite "palmas" na Missa, rock, pop, Comunhão self-service, uso excessivo de ministros extraordinários da Comunhão etc, está "deformando de maneira arbitrária a celebração litúrgica".

É preciso que os padres presidam "com piedade e fidelidade". Repito: PIEDADE (sem Missas-show, sem dessacralização, sem gestos de qualquer jeito) e FIDELIDADE (sem invenção de ritos, sem mudar as palavras, sem acrescentar, sem tirar). E isso "coerentemente com o que prometeram no rito da sagrada ordenação."

É a Igreja quem assim ensina. Por que alguns padres prometem uma coisa e depois não a cumprem?

Cada sacerdote que celebra a Missa "do seu jeito" está traindo, de modo gravíssimo, o solene juramento que professou no dia de sua ordenação: observar as normas, obedecer a Igreja.

Pense nisso, senhor padre, antes da próxima reunião de sua "equipe de liturgia", em que tantos rasgam o Missal e querem substituir os milenares ritos da Igreja por suas próprias convicções e falsas criatividades.


Publicado originalmente na página do Salvem a Liturgia

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Observação Participante: O Ministério da Presidência na Solenidade de Todos os Santos

No Brasil a Solenidade de Todos os Santos e Santas de Deus (1º de novembro), quando acontece em um dia de semana é transferida para o domingo seguinte desde que esse não seja a Comemoração Obrigatória dos Fiéis Defuntos (2 de novembro). Esse Ano a celebração calhou de ocorrer no domingo 03 de novembro.

Normalmente começo dizendo onde foi a celebração observada, mas neste caso preferi omitir a informação por uma questão de covardia.

Conforme meu costume cheguei à Igreja onde seria celebrada a Eucaristia com alguma antecedência. Já quando entrei percebi uma serie de coisas que, para alguém que procura se instruir a respeito da Sagrada Liturgia, costumam incomodar bastante. Ao fundo da conversa dos fiéis era possível perceber o coro ensaiando e não estava nada afinado.

Quando o silêncio foi rompido por uma voz que rezava o Angelus (Oração costumeiramente rezada ao meio dia) eram 19h, o horário marcado para a missa. Após rezar o Angelus (sem esperar o tempo adequando para que todos pudessem responder as invocações), a mesma pessoa falou uma série de coisas que a mim pareciam não fazer sentido.

Em seguida uma segunda pessoa iniciou uma espécie de comentário ao Mistério Celebrado que foi situada no momento errado, uma vez que o Missal Romano propõe que ela seja realizada após a Saudação Presidencial (já após o inicio da celebração). Tudo isso e nem sequer havíamos iniciado a celebração.

Cantando o canto de entrada (o canto adequado para a Celebração, embora muito mal executado) iniciou-se a procissão, Cruz, LECIONÁRIO (isso mesmo Lecionário, e não o Evangeliário como preveem as regras litúrgicas), a cruz não era a do Altar (embora ao lado do Altar estivesse colocada uma Cruz processional), mas me chamou atenção que a procissão era longa preenchida por um batalhão de Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão, deviam ser uns 10, para uma Assembleia que não devia passar de 500 pessoas.
Ao iniciarmos a Liturgia, o sacerdote cantou a Saudação Trinitária e eu embora sentisse falta das 6 velas do Altar e do incenso (o que marca uma solenidade como essa) cheguei a cochichar “vai ser solene”, doce engano! Seguiu-se uma sucessão de atropelos ao Ministério da Presidência na Missa Sem Diácono, como era o caso.

O Padre que presidiu se postou em Frente ao Altar de costas para este e de frente para o povo, tomando o centro que deveria ser do Altar e relegando a Sédia ao ostracismo. Todos os Ritos Iniciais foram realizados dali, quando chegou a Liturgia da Palavra ele se sentou na Sédia, meu medo foi que se sentasse nas escadas do presbitério. Durante a Homilia retomou o velho posto e teimava em colocar-se ao nível do povo, de forma que muitos não conseguiam velo. Eu me pergunto se não era para dar eco ao sentimento comum de que somos todos iguais, dificultando sistematicamente que a Assembleia perceba a diferença existem entre o Ministério de quem Preside e o Seu.

Ao iniciar o canto de Preparação das Oferendas, uma das Ministras Extraordinárias da Distribuição da Sagrada Comunhão que integrava o exercito foi quem recebeu a oferenda da comunidade e preparou o altar para a Eucaristia, desempenhando um papel que neste caso era do presidente, como não havia diácono e nem acolito instituído.

As palavras da Oração Eucarística desde o Prefácio foram proferidas mecanicamente e até com certa rapidez. Ao final da Comunhão enquanto outro ministro purificava os vasos sagrados no Altar o Presidente já se adiantava ao convite oremos. No final os avisos foram dados pelo próprio presidente (do seu posto em frente ao Altar) e não foram poucos, mas ainda sobrou tempo para procurar os aniversariantes, que por obra da Divina Providência não se apresentaram, evitando os malfadados “Parabéns” e que as duas pobres velas do Altar fossem apagadas.

O Final sem Benção Solene foi marcado pela pressa da Assembleia em se retirar, chegando a causar certo tumulto nas portas. Por fim, ficou minha sensação de que a Liturgia Católica padece de responsabilidade em fazer aquilo que a Igreja determina e minha oração sincera para que a VERDADE prevaleça sobre os mal costumes que estão se tornando regra por aqui.


(Colaboração de um leitor)