Chegamos então a
mais um período quaresmal. Antes de iniciar a serie que eu havia prometido
sobre os sacramentos, acho importante desenvolvermos algumas orientações
básicas sobre este tempo que começamos a vivenciar. Recorri a alguma
orientações escritas pelo padre Renato Paganini, um sacerdote da Arquidiocese
de Vitória que se destaca pelo zelo com que vive e ajuda o povo a viver a
sagrada litúrgica, atualmente o mesmo acumula as funções de assessor da
Pastoral Litúrgica Arquidiocesana e de chefe do Cerimonial do Arcebispado de
Vitória/ES. Com alguns acréscimos meus, seguem as orientações:
- Estamos
vivenciando o Ano C, o evangelista que meditamos é Lucas, o foco deste período
quaresma será o penitencial. No primeiro domingo “Jesus no deserto, guiado pelo
Espírito” (Fidelidade à Palavra). No segundo domingo “O rosto de Jesus muda de
aparência” (Deus próximo de nós). No terceiro domingo “Se não vos converterdes,
ireis morrer” (Deus não nos salva sem nós). No quarto domingo “Parábola do Pai
misericordioso” (A espera pelo filho arrependido). No quinto domingo “Vai e não
peques mais” (Quem não tem pecado, atire a primeira pedra).
- Por causa do
caráter batismal desse tempo, podem ser feitos, de acordo com a inspiração das
leituras, o rito de persignação, sem a renovação das promessas batismais
(próprio para o Tempo Pascal) ou a aspersão no lugar do Ato Penitencial
(Momento de Perdão).
- O Ato Penitencial
pode ser desenvolvido com mais intensidade, sem, contudo, enfatizar o pecado,
mas o Pai que acolhe e perdoa através de seu Filho (não é adequado ficar listando
pecados).
- Neste período não
cantamos o hino do Gloria, exceto em algumas solenidades.
- Alguns sinais
podem receber destaque, como por exemplo, a cruz que poderá ser sempre levada
em procissão, receber algum tipo de ornamentação destacando-a e, ainda,
mencionada, olhada, tocada, incensada no começo da celebração.
- O gesto de
ajoelhar-se também encontrado espaço adequado nesse tempo, principalmente
durante o Ato Penitencial.
- Todo cuidado para
a proclamação das leituras. Um das características desse tempo é a escuta mais
atenta da Palavra.
- Não se deve usar
nunca “Aleluia” nesse tempo para diferenciá-lo do Tempo Pascal, onde se canta o
“Aleluia” como sinal de festividade.
- Não seria
interessante reservar o acendimento solene da vela para o tempo Pascal, de modo
a valorizar o Círio Pascal? Assim, ele não será visto como uma vela comum, mas
um sinal com significado superior a uma simples vela.
- Moderação no uso
dos instrumentos musicais, dando sobriedade a execução dos hinos, de modo que
na Páscoa possa se sentir mais forte a vibração dos cantos.
- Nas celebrações da
palavra o abraço da paz pode ser dado, algumas vezes, depois do Ato
Penitencial, aspersão ou persignação como abraço de reconciliação.
-Neste período a
Igreja no Brasil vivencia a Campanha da Fraternidade, um auxilio em nosso
itinerário de conversão, que de forma alguma deve-se impor a liturgia e
tornar-se maior que o ritmo do tempo Quaresma.
- O hino da campanha
da fraternidade pode ser usado em um momento adequado da celebração. Não
precisa ser executado sempre, mas oportunamente.
- Em alguns momentos
é importante valorizar o cartaz da CF ou algum sinal que lembre o tema. Não
realizar momentos como apêndice, mas no contexto da celebração, para que não
pareça algo a parte do que se está celebrando.
- Nesse período não
é permitido ornamentar com flores, exceto no IV Domingo, quando também se usa
paramentos de cor rosa.
- Incentivar a busca
pelo sacramento da reconciliação, peregrinações, o jejum, a abstinência e
práticas de caridade.
- Preparar, de
acordo com a agenda paroquial, as celebrações penitenciais.
Lucas Francisco Neto
Comissão Arquidiocesana
de Liturgia
Arquidiocese de Vitória
do Espírito Santo
Tendo como base, material disponibilizado por: Padre Renato de Jesus Paganini (Assessor
da Pastoral Litúrgica da Arquidiocese de Vitória do Espírito Santo e Chefe do
Cerimonial do Arcebispado)
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