No
Brasil a Solenidade de Todos os Santos e Santas de Deus (1º de novembro),
quando acontece em um dia de semana é transferida para o domingo seguinte desde
que esse não seja a Comemoração Obrigatória dos Fiéis Defuntos (2 de novembro).
Esse Ano a celebração calhou de ocorrer no domingo 03 de novembro.
Normalmente
começo dizendo onde foi a celebração observada, mas neste caso preferi omitir a
informação por uma questão de covardia.
Conforme
meu costume cheguei à Igreja onde seria celebrada a Eucaristia com alguma antecedência.
Já quando entrei percebi uma serie de coisas que, para alguém que procura se
instruir a respeito da Sagrada Liturgia, costumam incomodar bastante. Ao fundo
da conversa dos fiéis era possível perceber o coro ensaiando e não estava nada
afinado.
Quando
o silêncio foi rompido por uma voz que rezava o Angelus (Oração costumeiramente
rezada ao meio dia) eram 19h, o horário marcado para a missa. Após rezar o
Angelus (sem esperar o tempo adequando para que todos pudessem responder as
invocações), a mesma pessoa falou uma série de coisas que a mim pareciam não
fazer sentido.
Em seguida uma segunda pessoa iniciou uma espécie de comentário
ao Mistério Celebrado que foi situada no momento errado, uma vez que o Missal
Romano propõe que ela seja realizada após a Saudação Presidencial (já após o
inicio da celebração). Tudo isso e nem sequer havíamos iniciado a celebração.
Cantando
o canto de entrada (o canto adequado para a Celebração, embora muito mal executado)
iniciou-se a procissão, Cruz, LECIONÁRIO (isso mesmo Lecionário, e não o
Evangeliário como preveem as regras litúrgicas), a cruz não era a do Altar
(embora ao lado do Altar estivesse colocada uma Cruz processional), mas me
chamou atenção que a procissão era longa preenchida por um batalhão de
Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão, deviam ser uns 10, para uma
Assembleia que não devia passar de 500 pessoas.
Ao
iniciarmos a Liturgia, o sacerdote cantou a Saudação Trinitária e eu embora
sentisse falta das 6 velas do Altar e do incenso (o que marca uma solenidade
como essa) cheguei a cochichar “vai ser solene”, doce engano! Seguiu-se uma
sucessão de atropelos ao Ministério da Presidência na Missa Sem Diácono, como
era o caso.
O
Padre que presidiu se postou em Frente ao Altar de costas para este e de frente
para o povo, tomando o centro que deveria ser do Altar e relegando a Sédia ao ostracismo.
Todos os Ritos Iniciais foram realizados dali, quando chegou a Liturgia da
Palavra ele se sentou na Sédia, meu medo foi que se sentasse nas escadas do
presbitério. Durante a Homilia retomou o velho posto e teimava em colocar-se ao
nível do povo, de forma que muitos não conseguiam velo. Eu me pergunto se não
era para dar eco ao sentimento comum de que somos todos iguais, dificultando
sistematicamente que a Assembleia perceba a diferença existem entre o Ministério
de quem Preside e o Seu.
Ao
iniciar o canto de Preparação das Oferendas, uma das Ministras Extraordinárias
da Distribuição da Sagrada Comunhão que integrava o exercito foi quem recebeu a
oferenda da comunidade e preparou o altar para a Eucaristia, desempenhando um
papel que neste caso era do presidente, como não havia diácono e nem acolito instituído.
As
palavras da Oração Eucarística desde o Prefácio foram proferidas mecanicamente
e até com certa rapidez. Ao final da Comunhão enquanto outro ministro
purificava os vasos sagrados no Altar o Presidente já se adiantava ao convite
oremos. No final os avisos foram dados pelo próprio presidente (do seu posto em
frente ao Altar) e não foram poucos, mas ainda sobrou tempo para procurar os aniversariantes,
que por obra da Divina Providência não se apresentaram, evitando os malfadados “Parabéns”
e que as duas pobres velas do Altar fossem apagadas.
O
Final sem Benção Solene foi marcado pela pressa da Assembleia em se retirar,
chegando a causar certo tumulto nas portas. Por fim, ficou minha sensação de
que a Liturgia Católica padece de responsabilidade em fazer aquilo que a Igreja
determina e minha oração sincera para que a VERDADE prevaleça sobre os mal
costumes que estão se tornando regra por aqui.
(Colaboração de um leitor)
Sabe o que falta para não digitar muito. D I S C I P L I N A.
ResponderExcluirFalou e disse!
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